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Como estruturar um conselho consultivo na sua empresa: guia prático para começar

Reunião de conselho consultivo com executivos diversos discutindo estratégias em uma sala de reunião.
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Como estruturar um conselho consultivo na sua empresa: guia prático para começar

Empresas de todos os portes enfrentam momentos complexos, como expansão, novos produtos, captação, sucessão. Por isso, ter interlocutores de confiança faz toda a diferença. É aí que entra o conselho consultivo: um grupo de pessoas que apoia os executivos da empresa em decisões estratégicas, sem o peso formal de um conselho de administração.

Em um mercado competitivo, contar com um grupo como esse faz toda a diferença, já que se trata de uma fonte diversa de conhecimento, experiência e networking, o que pode acelerar o crescimento, mitigar riscos e posicionar a organização de forma favorável no mercado. 

Neste artigo, você vai entender as razões para estruturar um conselho consultivo na sua empresa, além de conhecer as boas práticas na criação de um conselho eficiente.

O que é um conselho consultivo e por que ele é importante para a sua empresa

Diferentemente de um conselho de administração, que tem poder deliberativo e responsabilidades legais, o conselho consultivo tem uma função estratégica e orientadora. Ele não toma decisões, mas ajuda a liderança executiva a tomar decisões de maneira mais informada.

Como se trata de um órgão facultativo, não previsto em lei, o conselho consultivo pode ou não constar no estatuto ou no contrato social da empresa. Nesse sentido, sua principal função é opinar, aconselhar e propor recomendações, que podem ou não ser aceitas pelos administradores. 

Então, é importante ter em mente que um conselho consultivo pode ser formado por membros internos, externos e independentes. Nas organizações que não possuem conselhos de administração, esse órgão funciona como uma estrutura para promoção e aprimoramento da governança corporativa.

Portanto, o conselho pode ser entendido como um “painel de especialistas” com quem o fundador ou os executivos podem discutir dilemas estratégicos, validar caminhos e enxergar o que está fora do radar.

Quais são os principais benefícios de um conselho consultivo?

De acordo com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), a maioria das empresas que ainda não possuem conselho consultivo são aquelas em estágio embrionário. Mesmo assim, 20% das empresas deste porte já contam com este órgão em sua composição.

No entanto, os negócios e organizações com estrutura inicial apresentam um salto representativo na composição de conselhos consultivos ou de administração (66,5%). Os dados são do relatório Métrica de governança corporativa, publicado pelo IBGC em 2024.

A organização aponta ainda que empresas que contam com o conselho consultivo em sua estrutura de governança possuem vários benefícios, como:

  • Perspectivas imparciais e independentes sobre as vulnerabilidades e potencialidades da empresa.
  • Mapeamento de oportunidades e antecipação de ameaças do mercado, por meio de um processo qualificado.
  • Networking qualificado, facilitando parcerias estratégicas e oportunidades de negócio.
  • Desenvolvimento de lideranças, aprimorando habilidades da equipe diretiva e auxiliando na preparação da sucessão em cargos-chave.
  • Promoção das melhores práticas de governança corporativa, orientando a prestação de contas, políticas organizacionais, gestão de crises e riscos.
  • Alinhamento estratégico e visão de longo prazo, proporcionando um espaço para alinhar interesses dos sócios com objetivos estratégicos.

De maneira geral, o conselho consultivo pode auxiliar na definição de uma estratégia de longo prazo. Isso garante o aperfeiçoamento da gestão, estimulando a eficiência e a inovação, contribuindo para tornar a empresa mais transparente.

Quando é o momento certo para criar um conselho consultivo

Se você está em dúvidas se é hora de criar um conselho consultivo para o seu negócio, saiba que uma das primeiras análises a se fazer é compreender os desafios vividos pela empresa. Veja alguns exemplos abaixo:

  • Sua empresa está crescendo e o número de decisões críticas aumentou?
  • Você sente que está tomando decisões sozinho demais?
  • A empresa está prestes a captar investimento ou passar por uma transição relevante?
  • Existe uma lacuna de interlocução estratégica dentro do time atual?
  • Há um processo sucessório em andamento ou há necessidade de desenvolver sucessores? 

Caso você tenha respondido sim a uma ou mais dessas perguntas, este é um bom momento para estruturar um conselho consultivo dentro da sua empresa.

Como estruturar um conselho consultivo do zero

Estruturar um conselho consultivo não se trata apenas de reunir profissionais experientes, mas de criar um espaço institucionalizado para aconselhamento estratégico, com formato, objetivos, responsabilidades e rotinas bem definidas.

Na prática, isso significa desenhar um modelo que apoie a liderança nas decisões mais críticas do negócio. Abaixo, conheça os principais elementos para estruturar esse conselho desde o início, com base nas boas práticas de governança corporativa adaptadas à realidade de empresas em crescimento.

1. Defina os objetivos do conselho

Antes de começar a buscar membros, é fundamental ter clareza sobre o que você espera que o conselho consultivo resolva ou melhore. Este é o ponto de partida para qualquer estrutura eficaz. 

O conselho vai atuar em desafios atuais, potenciais chances de crescimento, focar em desenvolvimento de longo prazo, na preparação de uma possível gestão de crise? Fazer essa análise pode ajudar a definir como o conselho será formado.

2. Estabeleça o número ideal de membros

A composição de cada conselho deve estar alinhada ao porte e desafios da empresa correspondente. De forma geral, é indicado que o conselho consultivo comece de forma mais enxuta e possa ser incrementado ao longo do tempo.

Lembre-se que o conselho deve ser suficiente para equilibrar a diversidade de perspectivas com agilidade nas discussões. Grupos muito grandes tendem a dificultar a tomada de decisão e a diluir a participação efetiva dos conselheiros. Já grupos muito enxutos podem limitar a riqueza do debate.

3. Busque perfis complementares e estratégicos

Mais do que currículos impressionantes, o que realmente faz diferença é a complementaridade entre os perfis e a aderência ao estágio atual da empresa

Quando for selecionar os membros do conselho consultivo, é importante combinar experiências distintas e buscar pessoas que se identifiquem com os valores da empresa na qual irão atuar como conselheiros.

Alguns perfis que podem agregar valor:

  • Fundadores experientes 
  • Especialistas em áreas-chave (comercial, tecnologia, financeiro, RH) 
  • Ex-executivos de grandes empresas 
  • Investidores com foco estratégico 
  • Mentores que já passaram por desafios similares

4. Construa uma agenda estratégica de longo prazo

O conselho não deve se reunir apenas para apagar incêndios, mas deve ter uma ação preventiva. Para isso, quando for criar a dinâmica de reuniões, estabeleça uma agenda de temas-chave, distribuída ao longo do ano.

O foco dos encontros deve ser em assuntos relevantes à gestão: expansão, cultura, sucessão, inovação, gestão de pessoas, entre outros. Essa estrutura é importante para direcionar os encontros e manter a conversa no nível estratégico.

Algumas dicas práticas para que o conselho consultivo funcione na prática

Estruturar o conselho é só o começo. Porém, o mais importante é fazer com que ele seja um órgão que realmente gere valor na gestão empresarial e contribua para a governança corporativa do negócio.

Aqui vão algumas práticas para que o conselho funcione de verdade:

  • Onboarding: planeje o onboarding dos conselheiros, com um processo de integração efetivo para quem fará parte do grupo.
  • Pautas objetivas e encontros bem conduzidos: geralmente, o CEO lidera a reunião; já os conselheiros trazem provocações e ideias.
  • Follow-up estruturado: decisões, dúvidas e próximos passos devem ser documentados e retomados em futuros encontros, se for o caso.
  • Ambiente de confiança: conselheiros precisam se sentir à vontade para discordar e desafiar gestores, sempre com transparência, respeito e ética profissional.
  • Organização: envie com antecedência relatórios de desempenho, principais indicadores, contextos críticos e os tópicos a serem discutidos. Essas informações prévias dão profundidade às discussões.

Conclusão: conselho consultivo como pilar estratégico para qualquer empresa

Sem dúvida, a criação de um conselho consultivo pode ser o ponto de partida para o crescimento sustentável de um negócio, devido ao aumento da qualidade das decisões estratégicas. 

O conselho consultivo não substitui a liderança da empresa, mas fortalece decisões, antecipa possíveis problemas e apresenta visões e perspectivas diferentes para quem faz parte da gestão. Mesmo que não tenha poder decisório, o conselho consultivo opina, recomenda, sugere. 

Este fórum, composto por profissionais experientes e independentes, tem a capacidade de oferecer perspectivas imparciais, antecipar riscos de mercado e identificar oportunidades de crescimento que podem passar despercebidas internamente. 

Certamente, trata-se de um investimento estratégico que fomenta a inovação, aprimora a gestão de riscos e crises e eleva a credibilidade da empresa. A presença de um conselho consultivo reflete um compromisso com a consistência, a clareza e a resiliência operacional.

Por fim, na GoMentor, ajudamos empresas a estruturarem seus Conselhos e a encontrarem os mentores certos para cada fase do negócio. Se sua empresa está pronta para tomar decisões mais estratégicas, com apoio de quem já enfrentou os mesmos desafios, fale com a gente.

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