Onboarding e Offboarding: Toda empresa tem rituais. Alguns são visíveis, como a festa de final de ano. Outros, silenciosos, mas muito mais poderosos. Dois deles acontecem sempre, com ou sem estratégia: a chegada e a saída de um colaborador.
Certamente, a forma como uma organização recebe e se despede das pessoas fala muito sobre quem ela é. E diz, principalmente, se está preparada ou não para crescer com consistência.
Por isso, é exatamente sobre esses extremos que vamos falar sobre onboarding e offboarding no artigo de hoje.
O que é onboarding (de verdade)?
Onboarding não é só uma agenda de integração com café da manhã e apresentação dos departamentos. Isso é recepção.
Onboarding, quando bem feito, é um processo de integração de novos colaboradores. É o que reduz, de fato, o tempo entre a chegada de alguém e o momento em que essa pessoa começa a gerar impacto real.
Esse processo também inclui etapas como treinamento e apresentação da cultura e objetivos estratégicos do negócio, tendo como foco acolher e capacitar os recém-contratados.
Além disso, é no onboarding que a empresa responde perguntas fundamentais, tais como:
- O que a gente valoriza aqui?
- Como tomamos decisões?
- O que é excelência pra gente?
Aqui o novo colaborador pode até esquecer o nome de quem apresentou os slides do primeiro dia. Mas ele nunca vai esquecer a sensação de pertencimento (ou isolamento) que viveu logo nas primeiras semanas.
Vale mencionar um livro que ajuda muito novos colaboradores a se adaptarem às suas novas funções: Os primeiros 90 dias, de Mitchael Watkins.
O que é offboarding (e por que ele importa mais do que você imagina)
Se o onboarding mostra como a empresa começa uma relação, o offboarding revela como ela termina. E a forma como se encerra um ciclo tem impacto direto na reputação da marca, na confiança interna e até no engajamento de quem fica.
Equipes podem desmoronar após desligamentos mal conduzidos. Comunicação truncada, falta de escuta, ausência de reconhecimento… Tudo isso vira ruído. E ruído, no ambiente corporativo, vira desmotivação.
Um bom offboarding respeita o tempo, a história e as contribuições de quem está saindo. Ele documenta, escuta, aprende e, sempre que possível, transforma a saída em legado.
E mais: um offboarding respeitoso pode tornar um ex-colaborador em promotor da marca. Já o contrário… Bom, você sabe.
Uma iniciativa interessante que vemos empresas adotando é a criação de comunidades alumni, em que ex-funcionários se apoiam mutuamente e discutem, por exemplo, ideias de novos empreendimentos e serviços a serem oferecidos para a antiga empresa. E adivinha quem também ganha com isso… a empresa, claro.
O papel do RH nos processos de Onboarding e Offboarding
RH que atua operacionalmente vai ver onboarding e offboarding como tarefas. Já o RH estratégico, pelo contrário, entende esses momentos como ferramentas de cultura, branding e performance.
Quer um exemplo simples? Uma empresa que não tem um onboarding bem estruturado provavelmente está perdendo dinheiro. Porque está gastando tempo para treinar, recontratar, retrabalhar.
E uma empresa que ignora o offboarding está perdendo oportunidade. Porque deixa de ouvir quem poderia revelar verdades que ninguém mais tem coragem de dizer.
Como mentores de líderes e profissionais de RHs, sabemos: certamente, cuidar da entrada e da saída é um dos maiores sinais de maturidade de uma organização.
Boas práticas que funcionam (e já vimos darem certo)
No onboarding:
- Prepare o líder direto porque impacto do líder no início da jornada é decisivo.
- Crie uma trilha de aprendizagem para os primeiros 90 dias, com checkpoints reais.
- Estabeleça um sistema de “padrinhos” para acelerar a adaptação.
No offboarding:
- Faça entrevistas de desligamento que gerem insumo de verdade e não só burocracia.
- Comunique com respeito, mesmo quando a saída é difícil.
- Registre aprendizados. Transforme feedbacks em plano de ação.
Conclusão
Se onboarding e offboarding ainda são vistos como etapas operacionais na sua empresa, talvez provavelmente seja hora de revisar as prioridades.
Esses processos, quando bem conduzidos, não só melhoram a experiência do colaborador, mas também fortalecem a cultura, reduzem custos ocultos e elevam a reputação da sua empresa.
Nesse sentido, se você está no RH ou em uma posição de liderança, essa responsabilidade é sua também.
A GoMentor tem ajudado empresas de diferentes portes a estruturar seus rituais de entrada e saída com mais estratégia, empatia e eficiência, através de metodologia própria e flexível, garantindo soluções eficazes e de alto impacto.
Por fim, se quiser conversar sobre isso, entre em contato. Porque os extremos da jornada também são os pontos que mais revelam quem somos como organização.